O atropelamento do Pestista

Um gaúcho entra na delegacia de polícia em Uruguaiana e dirige-se ao delegado:

-Vim me entregar, cometi um crime e desde então não consigo viver em paz.

- Tchê, disse o delegado, as leis aqui são muito brabas e são cumpridas e se tu és mesmo culpado não terá apelação nem dor de consciência que te livre da cadeia, mas fala...

- Atropelei um petista na estrada BR-472, perto de Itaqui.

- Ora xirú, como tu podes te culpar se estes petistas atravessam as ruas e as estradas a todo tempo?

- Mas o vivente estava no acostamento.

- Se estava no acostamento é porque queria atravessar; se não fosse tu, seria outro qualquer.

- Mas não tive nem a hombridade de avisar a família daquele coitado, sou um porqueira!

- Bueno, se tu tivesse avisado haveria manifestação, repúdio popular, passeata, repressão, pancadaria e morreria muito mais gente. Acho o senhor um pacifista, merece uma estátua.

- Mas senhor delegado, eu enterrei o coitado ali mesmo, na beira da estrada.

- Tá provado, tu és um grande humanista... enterrar um petista... és um benfeitor. Outro qualquer o abandonaria ali mesmo para ser comido por urubus e outros animais, provavelmente até hienas.

- Mas enquanto eu o enterrava, ele gritava: estou vivo, estou vivo!

- Garanto que era mentira dele. Esses petistas mentem  o tempo todo.

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